Os caçadores vão poder matar, por dia, 40 melros, aves emblemáticas que eram protegidas por lei. A medida está a chocar as associações do sector, que garantem que tal não foi negociado na definição do calendário venatório para os próximos três anos.
«Abrir caça ao melro não faz sentido, nem do ponto de vista da caça, nem do ponto de vista gastronómico. Nenhum caçador se sentirá bem ao abater este ‘pássaro de jardim’», defende H. Ramos, da Federação Portuguesa de Caçadores (APC).
Por outro lado, o dirigente avisa que está em causa uma caça perigosa, pois «o melro tem um voo baixo, ao nível do tórax do caçador, e costuma andar em zonas arborizadas, o que leva a um aumento de tiros com poucas condições de segurança».
Os ambientalistas, acreditam que a inclusão do melro como espécie cinegética só pode ser engano. «Não faz qualquer sentido, do ponto de vista técnico, considerar o melro uma espécie cinegética.
A opinião é partilhada por C. Cruz, da Liga de Protecção da Natureza, (LPN). «Só pode ser incompetência grave de alguém», e questiona: «Como é que alguém vai disparar contra um melro? A seguir serão os pardais?»
Mas, para Jacinto Amaro, presidente da Fencaça, há uma explicação: a tutela quer usar os caçadores para acabar com a praga de melros que existe no país desde 1986, e que, entre muitos outros problemas, destrói produções frutícolas: «Isto é a AFN a tentar livrar-se de um problema – o de ter de passar milhares de autorizações especiais aos agricultores para que possam espantar os melros das suas produções»
Não existem fundamentos nem quaisquer razões para matar os Melros. São aves lindíssimas que completam a paisagem à nossa volta e ajudam a equilibrar o nosso ecossistema. A caça do Melro seria apenas por desporto e não para consumo próprio, além disso não existe qualquer utilidade num melro morto, já para não falar dos perigos da própria caça do Melro.
Diga NÃO à caça ao Melro
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